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Sofistas e principais pensadores

  • Foto do escritor: Pensadores256
    Pensadores256
  • 17 de abr. de 2019
  • 4 min de leitura

Os sofistas se compunham de grupos de pensadores na Grécia Antiga que viajavam de cidade em cidade realizando discursos públicos para atrair estudantes, de quem cobravam taxas para oferecer-lhes educação

A Escola Sofística e seu pensamento surgiram em um momento de transição na forma de interpretar e pensar da sociedade grega antiga, quando o mito deixava de ser a explicação e justificativa fundamental para cada fenômeno e ação, configurando o Homem e o logos – aqui tratado como razão – como destaque e fundamentação do discurso. Autores modernos, colocam, como característica mais marcante do movimento sofista, a racionalidade como pressuposto de compreensão de processos tanto racionais quanto irracionais.

Porém, cabe ressaltar, que, apesar da ampla gama de objetos de estudos e discussão dos sofistas, ainda assim, tais figuras, geralmente, não são e nem foram admitidas como filósofas, caso se considere a definição de filosofia pelo platonismo. Para Platão, os sofistas rejeitavam a verdade e relativizavam a realidade resumindo o universo a partir, somente, de seus aspectos fenomenais.

Naqueles novos tempos em que toda a sociedade e sua visão de mundo era reestruturada por novas realidades sociais e econômicas a exigir formulações e reformulações novas, os limites da Paideia se ampliavam. Com os sofistas, surgiu a Paideia do homem adulto, a qual determinava o processo de educação como um processo de formação que englobava uma instrução formal, priorizando o estudo da gramática, da retórica, da dialética e a transmissão do conhecimento enciclopédico. A educação sofística buscava preparar seus alunos para uma vida prática/política. Sua narrativa se construía pela boa argumentação, levando a sofística a ser reinterpretada como retórica.

Conforme nos reporta Platão, a profissão de sofista foi criada por Protágoras, discípulo de Demócrito. Sofistas foram um tipo especifico de professor na Grécia antiga e no império romano, que deveriam ensinar a arete, termo grego que traduz o conceito de "excelência" ou "virtude", aplicado a áreas como música, política, matemática e atleticismo. Entre os principais sofistas conhecidos estão Pitágoras, Górgias, Pródico, Hípias, Trasímaco, Antifonte e Crátilo.

O termo "sofista" tem sua origem no idioma grego, a partir da palavra "sophistēs", derivada de "sophia" e "sophos", significando "sabedoria" e "sábio" respectivamente. O termo Sophistēs foi originalmente utilizado por Homero, para descrever alguém habilidoso em uma determinada atividade. Com o tempo a palavra passou a designar a sabedoria nos assuntos tipicamente humanos, em oposição aos assuntos da natureza, até chegar a designar um tipo especifico de profissional, o sofista.

Embora os sofistas não sejam considerados filósofos pela tradição, sua importância se dá na medida em que estão entre os primeiros a desafiar a ideia de que a sabedoria seria recebida dos deuses, baseando-se na hipótese de que, assim como nas atividades físicas, a prática da virtude, por meio da retórica e da oratória, poderia melhorar os estudantes, tornando-os mais sábios e virtuosos.

O foco de seus ensinamentos era prático, direcionado a estratégias de argumentação e oratória, para que os estudantes atingissem o ápice da excelência em suas atividades, independentemente de quais fossem estas atividades.

Como os sofistas são conhecidos por meio das críticas de seus oponentes, alguns elementos de suas posições são difíceis de se confirmar. Uma das principais críticas aos sofistas era a de que sua posição se baseava apenas em verossimilhança, quando um argumento parece verdadeiro, mesmo que não o seja. O objetivo dos sofistas seria, pela visão de filósofos como Aristóteles, apenas o de vencer o debate, sem preocupar-se com a busca pela verdade. Por esta razão, a expressão "sofisma" existe hoje para identificar uma argumentação rebuscada, porém sem fundamentação sólida.

Como foi o primeiro sofista, a posição relativista atribuída a Protágoras é normalmente identificada como a posição geral que iniciou o movimento, que se tornaria a profissão de sofista.

Pitágoras é lembrado pela controvérsia acerca de sua afirmação "o homem é a medida de todas as coisas", aparentemente manifestando uma forma de relativismo, o que era repudiado por filósofos como Platão e Aristóteles, seus maiores críticos. Como aconteceu com a maioria dos filósofos pré-socráticos, as citações de Protágoras sobreviveram sem o contexto no qual foram apresentadas, o que mantém abertas as possibilidades de interpretações diferentes. Uma destas interpretações possíveis para a afirmação de Protágoras é a de que o uso da palavra "chremata", significando "coisas usadas", ao invés da palavra mais geral "onta", que significaria "entidades", para se referir ao que é traduzido como "coisas", indica que Protágoras não falava da realidade objetiva do mundo como um todo, mas daquelas coisas especificas dos seres humanos.

Desta forma entende-se que os sofistas não davam atenção a busca pela compreensão da natureza, do universo e da origem dos objetos do mundo, pois concentravam seus esforços na demonstração de que seriam capazes de tornar os estudantes melhores nas atividades humanas que poderiam auxiliá-los a prosperar na sociedade grega.

Era comum que sofistas viajassem em grupos pelas cidades gregas e romanas, para assim poderem realizar elaborados discursos e acalorados debates públicos, demonstrando suas habilidades na expectativa de atrair estudantes para suas escolas. Em particular, nobres, homens de estado e jovens que pudessem pagar pelos estudos. Os sofistas foram muito criticados por Platão e Aristóteles por só ensinarem aos que podiam pagar pela educação.




 
 
 

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